O MODELO EXPLICATIVO DAS ONDAS ELETROMAGNETICAS APLICADA À REALIDADE DOS ESPÍRITOS

23/04/2012 09:56

 

“Não há contradição. Tudo depende das acepções das palavras. Por que não tendes uma palavra para cada coisa?”

(Resposta que os Espíritos Superiores deram à pergunta 139 de Kardec no Livro dos Espíritos)

 

Sejamos honestos: "funde a cuca" e meche com o juízo de qualquer encarnado as revelações feitas pelos Espíritos por intermédio do Chico, especialmente aquelas trazidas por André Luiz. Primeiro, porque condicionados e limitados que estamos à nossa realidade de quatro dimensões não temos condições no atual estágio de nossas percepções espirituais de conceber a imensa riqueza “vibracional” e dimensional do espaço infinito ao nosso redor: Infinito, rico de vida e profundidade; e segundo, a realidade maior é tão extraordinária que mesmo o espaço-tempo conhecido, de acordo com as modernas teorias científicas, pode ser constituído por onze dimensões! As outras sete seriam tão minúsculas que seriam invisíveis e estariam curvadas sobre si mesmas!

   

E não estou aqui considerando as teorias que especulam existir infinitos Universos, teorias estas que trazem em sua terminologia termos mais adequados para aquilo que visam descrever como, por exemplo, a palavra Multiverso (viveríamos em um Multiverso?) ao invés de Universo.

 

Só que tudo se torna ainda mais complexo quando consideramos as dimensões do "reino dos Espíritos" ou por outra, quando levamos em conta no cálculo das dimensões os “planos espirituais”. Estes “planos” complementariam o quadro constituído, ou em outras palavras, seriam a extensão natural deste? Ou no dizer de outros, por uma questão de densidade, seriam as dimensões mais "sutis" da matéria densa proporcionais à densidade dos perispíritos dos seres que assim se movessem nelas? Se a resposta a esta última pergunta for um sim, “o além” estaria muito próximo e não seria exagero da nossa parte dizer que estamos “mergulhados”' nele. (nossos entes queridos desencarnados estão, portanto, sempre por perto, se não estiverem reencarnados...)

Compare-se a imagem destas dimensões ocultas com a realidade do espectro eletromagnético. Todas as radiações conhecidas, tais as ondas de rádio, as de TV, os infravermelhos, os raios X, os cósmicos, ocupam o mesmo espaço que nós, estão constantemente se cruzando e nos interceptando a todo o momento sem interferir uns nos outros e tampouco em nós, diferindo umas das outras tão somente pela frequência com que vibram. E para captá-las basta que o homem projete um aparato que possa “sintonizar” a frequência no domínio em que elas existem.

Agora, façamos uma extrapolação. Imagine se estas inúmeras ondas eletromagnéticas pudessem ser vistas a olho nu? Será que teríamos condições de viver dentro do padrão considerado normal ao qual estamos habituados? Seria impossível não? Por que, primeiro, não enxergaríamos nada diante de nós e segundo, não suportaríamos as temperaturas de alguns deles, já que transportam calor.

O que Deus faz é perfeito e assim é que, no momento, os nossos olhos, conformados e adaptados pela evolução e por milênios de ensaios da natureza estão preparados a captar a faixa do espectro que corresponde à luz branca que advém do Sol.

Agora apliquemos, por analogia, a imagem das ondas eletromagnéticas que coexistem simultaneamente no mesmo “espaço”, mas sem interferirem umas na outras, à realidade da vida espiritual. Imagine, além das ondas eletromagnéticas, a "visão" constante dos Espíritos. Poderíamos, nós outros, viver “normalmente” com os Espíritos em seus infinitos planos dimensionais sobrepostos, tais como os das radiações eletromagnéticas, ocupando o mesmo espaço que nós, percebendo a todo instante o "acotovelar incessante" dos desencarnados?

Mesmo que esta seja uma visão aproximativa do que se passa em relação aos “planos espirituais”, consideramos que tal analogia não é assim tão desprovida de propósitos como poderíamos imaginar.

Sabemos que o próprio Chico relutou muito em acreditar que no mundo espiritual houvesse edificações, ruas, residências, transportes, alimentação, tudo à semelhança de todas as coisas que existem entre nós. A literatura espírita (vide “As Vidas de Chico Xavier”, de Marcel Souto Maior) relata que Chico Xavier “tremeu ao traduzir aquelas lições do outro mundo”, relutando em publicá-las. Ele só aceitou quando em desdobramento pôde junto com seu mentor constatar diretamente a realidade da "colônia espiritual Nosso Lar" descrita nas psicografias de André Luiz. Ora, sabe-se que os espíritos reveladores da Codificação, através de Kardec, não mencionaram tais colônias. Daí a dúvida e o “pé atrás”. Por outro lado, é perfeitamente possível ponderar que os espíritos superiores apenas preparavam a base, o alicerce, para revelações posteriores mais amplas... e é claro, preparando as nossas mentes para que não nos chocássemos tanto... Para isso era necessário que a Ciência progredisse mais em seus conceitos e descobertas e que o século XXI despontasse com o desenvolvimento das duas grandes teorias, a relatividade e a Física Quântica, que revolucionariam a tecnologia no mundo. A brochura "Mecanismos da Mediunidade", por exemplo, não teria vindo à luz, uma vez que ela está 'recheada' de conceitos da Física Moderna aplicados à ideia do Espírito e de sua ação que sem aquelas duas grandes teorias, seria um livro desprovido de qualquer sentido.

Todavia, se remontarmos a relatos mais antigos, veremos que tais descrições não são assim tão “modernas”. Swendemborg aborda o mundo espiritual da mesma forma, assim como o médium Andrew Jackson Davies, e o reverendo G. Vale Owen num livrinho intitulado "A Vida Além do Véu". O que André Luiz fez foi corroborar àquelas antigas descrições com “cores ainda mais vivas”. Ele deu prosseguimento às revelações clareando mais as nossas percepções para as realidades do Espírito (e nos deixando ainda mais perplexos!).

Além do mais, se o períspirito é “semi-material”, organismo sutil, e guarda semelhança com o organismo físico biológico e constitui um “corpo” para o Espírito porque não concluir que para a existência do Ser desencarnado deva ser uma necessidade um ambiente proporcionado ao estado de “densidade” daquele? Desencarnando, quanto maior for o estado de materialidade do Ser em razão da ligação que ainda houver com o corpo físico abandonado, maiores serão as necessidades e os desejos, e então maiores deverão ser as atenções dos amigos espirituais superiores, que por misericórdia divina, precisarão “plasmar” os ambientes em que se moverão para que o 'choque' da transição seja o mais suave possível... (ou então, por uma ação mental coletiva inconsciente, quiçá, sejam os próprios desencarnados que “plasmam” ambientes apropriados às vibrações em que se situam...)

Além disso, períspirito grosseiro, traduz-se por vibrações mais baixas (ou seria mais interessante dizer: frequências menores?) e consequentemente os níveis de dimensões percebidas serão aqueles mais próximos do nosso. Em contrapartida, períspirito mais “sutil”, frequencia elevada, consciência mais livre e expandida e consequentemente, invisibilidade maior. É assim, que mesmo em contato uns com outros, nem todos se veem de imediato. Por comparação, somos como cegos em relação aos Espíritos, assim como os Espíritos são como cegos em relação aos Espíritos Puros.